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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Álbuns de "volta à ativa"

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É natural para todo artista passar por períodos ruins ou de pouca criatividade. Só que é também de se esperar que ele volte a fazer trabalhos de qualidade depois desse tempo. Isso aconteceu repetidas vezes e, aqui, vou listar as mais memoráveis, na minha opinião. Elton John - Songs from the West Coast (2001) Os anos 90 do sir  Elton John não foram muito bem recebidos pela crítica. Apesar de eu gostar muito de Made in England , seu álbum de 1995, também reconheço que foi um período mediano em sua carreira. Seu próprio letrista, Bernie Taupin, detesta The Big Picture , de 1997. Foi então que, em 2001, talvez aproveitando a chegada do novo milênio, Elton lança uma verdadeira obra-prima, que é Songs from the West Coast . Minhas recomendações do álbum são "I Want Love", que inclusive tem um clipe belíssimo com o Robert Downey Jr., e "This Train Don't Stop There Anymore", cujo clipe é com o Justin Timberlake (fantasiado como o Elton John dos anos 70). Pau

Cat Stevens - Tea for the Tillerman (1970)

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Cat Stevens é um compositor fantástico. É uma pena que poucos sabem disso. Seu nome parece ser desconhecido pela maioria dos críticos de música, e apenas aparece ao grande público por pontuais sucessos, como "Father and Son" e "Wild World". Canções lindas como "How Can I Tell You" e "Lady D'Arbanville" nunca conseguiram alcançar tanta popularidade. Que injustiça! Eu conheci esse grande artista quando meu pai, voltando de uma viagem, trouxe a compilação The Very Best of Cat Stevens . Na verdade, ele só tinha se ligado em uma ou outra música, e quem acabou se apaixonando mesmo por todas as faixas fui eu. Passei boa parte de 2007 ouvindo esse disco no meu iPod e hoje em dia ainda lembro perfeitamente de cada verso das músicas. Só depois que fui conhecer o resto de seu trabalho, e me surpreendi. Até mesmo as músicas secundárias de seus álbuns têm algum valor, umas nuances interessantes. Antes de se converter ao islamismo e largar a carreir

Wings - Venus and Mars (1975)

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Paul McCartney, quando deixou os Beatles, em 1970, caiu em profunda depressão. Não sabia mais o que fazer, já que se sentia inseguro para continuar a carreira sozinho, sem seus companheiros de banda e o maestro George Martin. Passou então a beber bastante, deixar a barba crescer e ficar bastante recluso. Quando recuperou um pouco as forças, começou a gravar canções simples e com poucos arranjos. Essas gravações resultaram no álbum McCartney , de 1970, que dividiu as opiniões dos críticos. Esse trabalho possuía fragmentos mal gravados, letras pouco complexas e parecia um trabalho de amador, que não combinava nada com a imagem que Paul havia passado nos anos anteriores: a de um músico extraordinário. É difícil acreditar que o compositor de "Eleanor Rigby" é o mesmo da boba "The Lovely Linda". Os críticos, então, se perguntavam: "onde está o velho Paul"? Seus amigos haviam feito estreias impecáveis: tanto John com o reflexivo e sincero  Plastic Ono Ba

Caetano Veloso - Cinema Transcendental (1979)

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Nota : este texto foi originalmente postado por mim no Facebook  em 11 de agosto de 2018, como parte de um "desafio" de se publicar uma revisão de discos importantes na minha vida diariamente, durante dez dias. O texto original é o que segue. Hoje vou falar de um disco fantástico, o melhor de Caetano Veloso (na minha modesta opinião) e um dos melhores da MPB: o grande Cinema Transcendental . Lançado em 1979, fecha a década de 1970 em grande estilo, terminando uma espécie de "trilogia fantástica" de Caetano, da qual também fazem parte os álbuns Bicho  e Muito . Nessa época, o músico deixou de lado o experimentalismo de discos como Araçá Azul  e Jóia , concentrando-se em fazer bonitas letras e melodias. Uma coisa que eu noto também é que as letras nesse álbum estão mais simples do que o padrão de Caetano (com exceção da muito complexa "Cajuína"), um processo parecido com o que aconteceu com Bob Dylan em álbuns como Nashville Skyline  e New Morning .

Belchior - Alucinação (1976)

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Nota : este texto foi originalmente postado por mim no Facebook  em 25 de julho de 2018, como parte de um "desafio" de se publicar uma revisão de discos importantes na minha vida diariamente, durante dez dias. O texto original é o que segue. Das memórias que guardo da minha infância, uma das mais marcantes é minha mãe ouvindo música no carro. Um dos artistas preferidos dela era o Belchior. Certa vez, quando ela estava ouvindo um disco ao vivo dele, eu perguntei: "mamãe, por que ele canta diferente daquela versão de que gente ouve?". E, realmente, o Belchior tinha isso de mudar um pouco o tom da melodia ao cantar ao vivo. Ela respondeu que era pra variar o estilo. "Prefiro a versão normal. Não gostei dessa", eu disse. Hoje em dia eu percebo o quanto fui "mente fechada"... É claro que é muito interessante ouvir o Belchior cantar ao vivo modificando a melodia, principalmente quando já se é acostumado com a versão de estúdio... até para variar.

Radiohead - The Bends (1995)

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Nota : este texto foi originalmente postado por mim no Facebook  em 23 de julho de 2018, como parte de um "desafio" de se publicar uma revisão de discos importantes na minha vida diariamente, durante dez dias. O texto original é o que segue. Hoje eu tive uma dúvida cruel: se postava sobre esse disco ou o OK Computer . Na última hora, percebi que o The Bends  contém mais músicas que me agradam, comparado com a que é comparada a verdadeira obra-prima da banda. Então, trago esse álbum no post  de hoje. Lançado em 1995, após uma estreia que dividiu opiniões (com o disco Pablo Honey ), Thom Yorke e sua turma conseguiram fazer um álbum um tanto acústico e com muitas partes interessantes. O disco já abre com muita qualidade, com a "Planet Telex", que cita "everything is broken / everyone is broken". Segundo o que me disse certo dia meu amigo Thony Allef Santos, a letra parece ser um protesto com o fato de sempre olharmos para o que não temos e nunca estar