Belchior - Alucinação (1976)
Nota: este texto foi originalmente postado por mim no Facebook em 25 de julho de 2018, como parte de um "desafio" de se publicar uma revisão de discos importantes na minha vida diariamente, durante dez dias. O texto original é o que segue.
Das memórias que guardo da minha infância, uma das mais marcantes é minha mãe ouvindo música no carro. Um dos artistas preferidos dela era o Belchior. Certa vez, quando ela estava ouvindo um disco ao vivo dele, eu perguntei: "mamãe, por que ele canta diferente daquela versão de que gente ouve?". E, realmente, o Belchior tinha isso de mudar um pouco o tom da melodia ao cantar ao vivo. Ela respondeu que era pra variar o estilo. "Prefiro a versão normal. Não gostei dessa", eu disse.
Hoje em dia eu percebo o quanto fui "mente fechada"... É claro que é muito interessante ouvir o Belchior cantar ao vivo modificando a melodia, principalmente quando já se é acostumado com a versão de estúdio... até para variar.
Mas, tudo bem, aquele garoto exigente cresceu e hoje vai revisar o disco "Alucinação", lançado pelo Belchior em 1976. Se no seu álbum de estreia (que é excelente), mostrava um tanto de imaturidade com a composição, nesse clássico ele acertou em TODAS as músicas. Talvez por isso seja, até os dias de hoje, cultuado pela internet como uma "masterpiece" da MPB.
Claro que a regravação de suas músicas pela Elis Regina deu uma grande contribuição na sua popularidade, assim como a Nara Leão regravando "A Banda" de Chico Buarque também o impulsionou. Mas, sinceramente, vocês acham que eles iriam ter reconhecimento somente por causa dessas regravações? Claro que não, eles tiveram que mostrar o seu talento (que não era pouco, diga-se de passagem).
O álbum já abre com sua música mais emblemática (Apenas um Rapaz Latino Americano). O que seria sua letra? Uma autobiografia? Uma constatação? Uma crítica? Bem, talvez isso tudo misturado. E ainda por cima alfinetava Caetano Veloso, chamando-o de "antigo compositor baiano". Caetano era o compositor da música "Divino, Maravilhoso", lançada nos anos 60 e também citada na letra. Aliás, ele voltaria a alfinetá-lo futuramente, mas isso é assunto para outro post.
Belchior usa do desespero de um jovem para fazer a poesia da linda "A Palo Seco", assim como já tinha sido feito um tempo antes por seu amigo Fagner, em "Canteiros". Outro ponto alto do disco é a música "Como Nossos Pais", verdadeiro retrato da geração dos anos 70 que, ainda que se achasse rebelde e diferente das gerações anteriores, era na verdade um retrato delas.
Para não alongar mais o post, vamos para mais recomendações. Fora as que eu citei, ouçam "Velha Roupa Colorida", "Sujeito de Sorte" e "Fotografia 3x4".
Das memórias que guardo da minha infância, uma das mais marcantes é minha mãe ouvindo música no carro. Um dos artistas preferidos dela era o Belchior. Certa vez, quando ela estava ouvindo um disco ao vivo dele, eu perguntei: "mamãe, por que ele canta diferente daquela versão de que gente ouve?". E, realmente, o Belchior tinha isso de mudar um pouco o tom da melodia ao cantar ao vivo. Ela respondeu que era pra variar o estilo. "Prefiro a versão normal. Não gostei dessa", eu disse.
Hoje em dia eu percebo o quanto fui "mente fechada"... É claro que é muito interessante ouvir o Belchior cantar ao vivo modificando a melodia, principalmente quando já se é acostumado com a versão de estúdio... até para variar.
Mas, tudo bem, aquele garoto exigente cresceu e hoje vai revisar o disco "Alucinação", lançado pelo Belchior em 1976. Se no seu álbum de estreia (que é excelente), mostrava um tanto de imaturidade com a composição, nesse clássico ele acertou em TODAS as músicas. Talvez por isso seja, até os dias de hoje, cultuado pela internet como uma "masterpiece" da MPB.
Claro que a regravação de suas músicas pela Elis Regina deu uma grande contribuição na sua popularidade, assim como a Nara Leão regravando "A Banda" de Chico Buarque também o impulsionou. Mas, sinceramente, vocês acham que eles iriam ter reconhecimento somente por causa dessas regravações? Claro que não, eles tiveram que mostrar o seu talento (que não era pouco, diga-se de passagem).
O álbum já abre com sua música mais emblemática (Apenas um Rapaz Latino Americano). O que seria sua letra? Uma autobiografia? Uma constatação? Uma crítica? Bem, talvez isso tudo misturado. E ainda por cima alfinetava Caetano Veloso, chamando-o de "antigo compositor baiano". Caetano era o compositor da música "Divino, Maravilhoso", lançada nos anos 60 e também citada na letra. Aliás, ele voltaria a alfinetá-lo futuramente, mas isso é assunto para outro post.
Belchior usa do desespero de um jovem para fazer a poesia da linda "A Palo Seco", assim como já tinha sido feito um tempo antes por seu amigo Fagner, em "Canteiros". Outro ponto alto do disco é a música "Como Nossos Pais", verdadeiro retrato da geração dos anos 70 que, ainda que se achasse rebelde e diferente das gerações anteriores, era na verdade um retrato delas.
Para não alongar mais o post, vamos para mais recomendações. Fora as que eu citei, ouçam "Velha Roupa Colorida", "Sujeito de Sorte" e "Fotografia 3x4".
Massa! Vou agora mesmo correr lá no Youtube! ;)
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