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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

O tempo é rápido?

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Quadro de Dali que representa o tempo. As percepções do tempo são muito curiosas. Tem dias que passamos quase sem notar a passagem dele e tem outros que ele parece não querer passar. Tudo depende de uma série de fatores, como a quantidade de afazeres que temos naquele dia, ou então de como acordamos, ou até mesmo da ansiedade pra um evento futuro. Como exemplo desse último, vamos supor que hoje determinada pessoa vai pra uma festa às 8 horas da noite. Lógico que, se ela estiver querendo muito ir, o tempo pra ela vai aparentar passar devagar até que ela esteja na festa. Uma outra variante também é o local em que você está. Se você estiver passando um feriado em um sítio, você notará que o tempo passa devagar naquele local. Mas, se você estiver numa cidade grande, cheia de carros e prédios, o tempo passa e você nem percebe. Ou seja, se você quiser algum lugar pra relaxar e aproveitar melhor a estadia, vá pra uma área rural. Bob Dylan compôs "Time Passes Slowly".

Momento Vinicius

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Poeta, meu poeta camarada... Soneto do amigo "Enfim, depois de tanto erro passado   Tantas retaliações, tanto perigo   Eis que ressurge noutro o velho amigo   Nunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao lado   Com olhos que contêm o olhar antigo   Sempre comigo um pouco atribulado   E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano   Sabendo se mover e comover   E a disfarçar com o meu próprio engano. O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica" Vinicius de Moraes, retirado da coletânea de textos "Antologia Poética".

The Kinks - Face to Face (1966)

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Face to Face:  obra-prima de 1966. Por que esse álbum é surpreendente? Porque não tem nada a menos do que Sgt. Pepper's  ou Abbey Road , dois álbuns dos Beatles que, por serem da banda mais popular do mundo, vendem mais. Face to Face  é simplesmente uma coleção de sucessos, todos com letras incríveis. Destaco, dentre todas, "Rosie Won't You Please Come Home", que tem uma melodia suave e arranjos muito bem feitos. Mas, como nos melhores álbuns dos Beatles, é impossível dizer quais são as melhores faixas, pois cada uma tem seu sentido na obra como um todo. Avaliação: A+

The Who - Tommy (1969)

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Tommy:  um grande álbum. Quando ouvi esse disco, me deu mais do que uma vontade de escrever uma simples análise sobre ele. Me deu uma vontade de escrever um semi-artigo sobre ele, com dois parágrafos, e aqui estou eu. Bom, esse álbum é o primeiro álbum de ópera-rock da história e tem um conceito bem mais bem definido do que Sgt. Pepper's , que é considerado "o grande álbum conceitual", e ao mesmo tempo tem um lindo conceito. Esse álbum conta a história de um garoto, cujo nome é exatamente o título da obra. A genialidade de Townshend está mais evidente aqui do que em qualquer disco do The Who. Em Tommy , há um ambiente criado por Pete, ele simplesmente nos leva a mergulhar em uma viagem longa por belos arranjos e um vocal impecável do Roger. É um álbum apoteótico, ao estilo de Band On The Run , do Paul McCartney. Só que Tommy,  apesar de ser tão apoteótico quanto ele, é mais conceitual. Aliás, é talvez o álbum mais conceitual já produzido na história. O Who adorava á

The Rolling Stones - Beggars Banquet (1968)

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Beggars Banquet: obra-prima dos Stones. Qualquer pessoa merecia ouvir esse disco ao menos uma vez na vida. Aliás, esse deveria ser o primeiro álbum dos Stones a ser ouvido por quem quer conhecer a banda. Na minha opinião, é um dos melhores deles, junto com Exile On Main Street . O que faz esse disco ser especial são as melodias, muito mais do que o conceito, e elas são tocadas de forma frenética pela banda. Tudo nele parece se encaixar, como se a música que procede realmente combinasse com a anterior. Ou seja, foi um trabalho muito bem feito tanto na produção, ordenação e mixagem das músicas, já que os arranjos nesse álbum são bem regulados junto ao volume dos vocais. É uma masterpiece , sem sombra de dúvida. Avaliação: A+

The Rolling Stones - Exile On Main Street (1972)

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Exile on Main Street:  sensacional. Frenético, inquieto, melódico e simplesmente sensacional. Esse álbum duplo lançado em 1972 pela maior banda de todos os tempos é um retrato vivo da musicalidade deles, que já havia sido demonstrada em tantos álbuns anteriores. Considero esse o magnum opus  da banda e, apesar de nenhuma canção se destacar perante as outras, posso dizer que pessoalmente eu gosto muito de "Sweet Virginia" e "Shine a Light". Avaliação: A+

Direito: pura interpretação

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Luiz Fux disse, certa vez, que "o povo votou errado". Um dos maiores problemas das ciências humanas é justamente o fato de elas não terem uma definição clara do que é certo ou errado. Por exemplo, peguemos a matemática, uma ciência exata, e comparemos ela ao Direito. Um matemático sabe que 2+2=4 e que nunca será cinco, mas os advogados e juízes não sabem se aquilo que eles acham plausível está correto ou não. Uma prova disso são as votações do STF. Enquanto cinco ministros acham que, pela interpretação deles, determinada decisão deverá ser tomada de uma forma, seis deles discordam e acham que seria melhor ir por um outro caminho. Isso é bom e ruim. A parte boa do Direito não ser exato é que as penas podem se adaptar a cada tipo de caso, dependendo da análise do juiz. Por exemplo, se o Direito fosse exato, se determinaria que um sujeito fosse condenado a 4 anos assim que cometesse um assassinato, sem levar em conta as circunstâncias em que ele cometeu o crime. Isso seria

Captain Beefheart - Trout Mask Replica

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Genialidade: nenhuma palavra descreve melhor esse disco Obama sabe o que é bom Estou de volta. Hoje vou analisar um disco bem fora do comum, chamado Trout Mask Replica. A primeira coisa que você tem que saber sobre ele é que ouvidos tradicionais podem achar esse álbum uma piada. Pra quem entende de música, trata-se simplesmente do álbum mais surreal (e talvez o mais genial) já produzido na história da música. Enquanto os Beatles faziam uma música convencional (e linda), artistas como Captain Beefheart e Frank Zappa faziam uma música suja e complexa (talvez até mais linda). Esse tipo de disco pode ser ouvido de duas formas: uma viagem exótica ou simplesmente a fotografia do mundo real. Difícil de entender? Somente ouvindo esse álbum você saberá do que se trata essa experiência. Mesmo assim, tentarei explicar. Ele pode retratar a vida real, como se você estivesse numa emergência de um hospital ou numa sala de aula iluminada. Ele retrata a complexidade e dificuldade que o ser huma