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Mostrando postagens de setembro, 2013

Gilberto Gil - Refazenda (1975)

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O álbum de Gil de 1975 começa com "Ela", que inicia a maioria dos versos com essa palavra. Depois, revela que se trata da música o tema da canção. "Ela que me faz um navegador", repete o artista quatro vezes. "Tenho sede", composição de Dominguinhos e Anastácia, é muito bem cantada por Gil e a música, em si, é formidavel, basta ver quem a compõs. Na faixa-título, "Refazenda", o baixo se faz bem presente. Já a letra, explora mais o jogo de palavras do que o sentido em si. " Enquanto o tempo não trouxer teu abacate /  Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão" são alguns dos versos da canção. A próxima faixa, "Pai e Mãe", é melancólica e talvez seja boa para dormir. A letra emociona, falando dos acestrais do artista.  Qualquer semelhança é mera coincidência "Jeca Total", com a bateria bem presente, fala de um político. " Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / a manhecerá tomate e anoitecerá m

Secos & Molhados - Secos & Molhados (1973)

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Magistral. Essa é a palavra que melhor define este trabalho extremamente bem feito, que reúne poética afiada e melodias potentes. A voz de Ney Matogrosso interpretando as músicas de João Ricardo é uma coisa do outro mundo e consegue manter a qualidade artística do início ao fim. Abrindo a obra temos " Sangue Latino ", que logo demonstra a qualidade e também estranha (à primeira vista) voz feminina do cantor. O violão se faz presente e se mistura a arranjos bem elaborados. " O Vira " é um clichê de tão conhecida que é. Mas, mesmo já muito batida, tem sua beleza. A satírica " O Patrão Nosso de Cada Dia " começa dizendo "eu quero o amor da flor de cactos, ela não quis" e se encerra com "patrão nosso de cada dia, dia após dia". A próxima faixa, " Amor ", faz do jogo de palavras a sua real beleza. Com " Primavera nos Dentes ", de sua maioria instrumental, os artistas apostam mais na "atmosfera" do que

Barão Vermelho - Barão Vermelho (1982)

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Nota: depois, quando tiver tempo, farei uma nova revisão desse artigo. A maioria das músicas desse álbum são parecidas mas, quando são diferentes, são excepcionais, assim como " Todo Amor Que Houver Nessa Vida " e " Por Aí ". No finalzinho, sai do rock para entrar na MPB com " Bilhetinho Azul ", num momento ímpar. Apesar desses detalhes especiais, o disco em si não merece ser ouvido todo, apenas partes dele. Avaliação: B P.S.: A voz potente de Cazuza o torna ainda mais bonito. Talvez, sem ela, muitas das canções dessa fase inicial do Barão ficariam desconhecidas.

Titãs - Cabeça Dinossauro (1986)

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O lado A desse álbum clássico é composto por rocks pesados, o que pode talvez cansar o ouvinte, mas, no geral, é uma excelente obra. Começando com a faixa-título eletrizante, passando por " Igreja ", de Nando Reis e a épica " Polícia ". O lado B, para mim o melhor, contém as atemporais " Bichos Escrotos ", " Família ", " Homem Primata " e " O Que ", que fecha de forma magistral o disco, com o refrão: "não é o que não pode ser que não, é o que não pode ser que não, é o que não pode ser que não é". Avaliação: A-

Engenheiros do Hawaii - Longe Demais das Capitais (1986)

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Intenso, vibrante e, acima de tudo, "paralâmico", o som inicial do Engenheiros do Hawaii parece muito mais com a banda de Herbert Vianna do que com outra coisa. Sendo esse o álbum de estreia da banda, tem músicas bem inspiradas com arranjos parecidos e letras básicas. Avaliação:  B+

Game of Thrones

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Eddard Stark: um dos personagens principais da série Uma das minhas melhores descobertas dos últimos tempos foi Game of Thrones. Provavelmente vocês já devem ter ouvido falar disso e sabem que é uma série que se passa na Idade Média e foi criada por aquele barbudo e tal. Essas informações procedem, só que é bem mais complexo do que isso. Quando comecei a assistir, há mais ou menos dois meses, percebi que se tratava de algo realmente muito grande. A prova disso é que você se perde logo nos dez primeiros episódios. Aí, o telespectador tem que fazer uma pausa e pesquisar sobre os personagens, para entender quem é de cada família e o que o faz ter amizade por alguns e desprezo por outros.  Tyrion Lannister: o meu preferido Os personagens principais mudam muito no decorrer da série. O básico que você precisa saber é que existem cinco famílias importantes: os Stark, os Lannister, os Baratheon, os Thargaryen e os Tully. Os Thargaryen foram depostos do trono por Robert Baratheon,

Legião Urbana - O Descobrimento do Brasil (1993)

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Em 1993, a Legião tinha como último álbum o V e a responsabilidade de manter a qualidade artística. Renato, com o diagnóstico da Aids, estava melancólico e bebendo muito. Para nossa surpresa, o disco lançado nessa fase foi talvez o mais "pra cima" da banda. Começando por "Vinte e Nove" que fala sobre a internação do líder da banda. "Perdi vinte em vinte e nove amizades", diz o verso de abertura. Os arranjos se fazem harmônicos com a canção e a tornam mais leve. Em "A Fonte", que começa com um órgão a là animes japoneses, continua com a temática "sweet" do álbum. Pode-se ouvir também o barulho de walk-talkies durante a execução da faixa. A terceira música, "Do Espírito", inicia um clima tenso com as notas pesadas de guitarra. "Sai de mim, eu não quero mais saber de você", diz um dos versos. A bateria de Bonfá também se faz muito presente e intensa nessa faixa. A canção que segue, "Perfeição", é um rap

Caetano Veloso - Caetano Veloso (1969)

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A música livre de Caetano foi se maturando desde o seu primeiro disco até que, em 1969, alcançou uma forma própria, que duraria até Transa , de 1972. A capa, simples e contendo apenas a assinatura do cantor, se faz um dos mais bonitos de sua carreira. "Irene", a faixa de abertura, é linda e um tanto engraçada pelo modo como os versos se põem. "Quero ver Irene dar sua risada" é a frase que nela se repete e, aqui, vemos a diferença poética de Chico para Caetano. Enquanto um se apega a estrutura e letra extremamente bem feita, o outro vai por um caminho diferente, que é o caminho de Milton e Gil, colocando versos que, mesmo que não façam muito sentido, mas que são sonoros e musicalmente bonitos. "The Empty Boat" é uma canção entediante e de climax . O inglês de Caetano é muito bom e isso o faz compor tanto na língua de Camões quanto na de Shakespeare. "Marinheiro Só" é uma música tradicional da Bahia que o cantor interpreta magistralmente, jun

The Rolling Stones: Between the Buttons (1967)

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Para início de conversa, eu devo dizer que este review é da versão americana (e melhor) do álbum. Agora, voltando um pouco no tempo para 1967, sem dúvidas percebemos que não é um ano comum. Nele, os Beatles lançaram Sgt. Pepper e Magical Mystery Tour , os Kinks lançaram Something Else e, finalmente, os Stones aparecem com Between the Buttons . A obra, talvez a melhor até a data feita pelos Stones, é muito boa e cada faixa tem sua beleza própria. Começando pela frenética "Let´s Spend the Night Together", a primeira faixa já evidencia a qualidade do resto do disco. Mais adiante, em "Yesterday´s Papers", talvez tenha uma poesia muito simples, com versos como "who wants yesterday´s papers? Nobody in the world". É claro que ninguém quer os jornais de ontem. Apesar disso, a melodia é bem agradável. A terceira música, "Ruby Tuesday", é uma tentativa clara de copiar os Beatles, tanto no ritmo quanto nos complexos arranjos. Extremamente bem execut

Van Morrison: Astral Weeks (1968)

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Esse é "o álbum do climax ". Eu, geralmente, venho criticando discos desse tipo. Porém, em alguns, é quase impossível fazer isso. É o caso deste aqui, que é ma-ra-vi-lho-so em cada arranjo ou palavra dita pelo artista. Meu Deus, ainda custo a acreditar que ele foi lançado. As melodias, harmônicas, fazem alguns álbuns dos Beatles parecerem de segunda categoria. O lado A é denominado "In The Beggining" e é composto por músicas não agitadas, mas intensas. Tudo nelas reflete uma paz celestial, na qual você pode ouvir no seu carro, passeando por aí. Começando por "Astral Weeks", uma balada que indica o que vem no resto do álbum inteiro: clímax . Todas as músicas que seguem parecem se integrar entre si e o canto de Morrison por vezes parece uma oração. Com "Beside You", os arranjos continuam magistrais, com flautas e violinos em uma sintonia perfeita. "Sweet Thing" também é bastante harmônica e tem sua letra muito profunda, com versos

Fagner: Raimundo Fagner (1976)

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Fagner inova cada vez mais. Com o álbum "Raimundo Fagner", de 1976, talvez tenha alcançado o ponto mais alto de sua carreira. Extremamente bem arranjado e com profundas letras na maior parte do tempo, é, com certeza, um marco da MPB, comparável aos álbuns da fase dourada de Chico. Começando por um cover um tanto estranho de "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, logo cai na balada "Conflito", com versos como "se o pensamento foge dela, o coração a busca, aflito" e descreve o conflito entre a razão e a emoção de forma sublime. Parece com as músicas do Michael Sullivan e digo isso como um elogio. A partir de "Asa Partida" começam as composições próprias do artista, em parceria com amigos. Continua com o mesmo clima da anterior, mas foca mais no tópico "saudade". Melancólica e linda, é daquelas músicas que dá vontade de ouvir no carro à noite, com a namorada do lado e dando uma volta pela cidade. Poucos artistas fazem esse

Djavan: Alumbramento (1980)

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Nenhuma música especial, apenas é muito bem cantado e orquestrado. Não tenho certeza se é um marco na discografia do artista, pois ouvi poucos discos dele. No final das contas, é um bom álbum, mas nada mais que isso. Avaliação: B+

Raul Seixas - Novo Aeon (1975)

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Esse é um álbum bem interessante e que se sobressai na discografia de Raul. A maioria das canções são inspiradas em ritmos dos anos 50 e na fase de ouro do rock n´ roll. Contém a clássica "Tente Outra Vez" e a bonita "Tu És o MDC da Minha Vida". A única coisa feia do disco é o título. "Rock do Diabo" é uma canção com a mesma estrutura do rock cinquentista, baseado em blues. "A Maçã" é cantada com um vocal quase feminino e lembra "Gita" melodicamente. "Eu Sou Egoísta" volta para os rocks a là Elvis. Com "Eu Sou Egoísta" ele parece ter o forró como influência e faz uma letra que remete ao Caetano. Voltando ao rock, temos "A Verdade Sobre a Nostalgia", na qual o artista reconhece sua influência cinquentista: "eu não nego que a poesia dos 50 é bonita, mas todo o sentimento dos 70 onde é que fica?" "Paranoia" nos devolve ao clímax de "A Maçã". Com algumas passagens engraç

Ultraje a Rigor - Nós Vamos Invadir Sua Praia (1985)

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O álbum de estreia do Ultraje, batizado com o título da sua música de maior sucesso, é uma obra-prima. Com hits como a faixa-título, "Rebelde sem Causa", "Mim Quer Tocar", " Ciúme", "Inútil", "Marylou" e "Eu Me Amo", o disco simplesmente estourou em todas as rádios e consagrou a banda como uma das melhores do rock nacional. Avaliação: A

Belchior - Objeto Direto (1980)

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Esse é o primeiro disco que eu ouço de Belchior. Achei bem agradável, com músicas criativas e arranjos bem feitos, apesar de terem usado basicamente os mesmos instrumentos em cada canção. Com participação do Fagner em uma das faixas, esse se faz um dos grandes álbuns de MPB e uma porta de entrada para a nova década. Avaliação: B+

Bruce Springsteen - The River (1980)

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Excelente (futuramente expandirei). Avaliação: A

Cícero: Sábado (2013)

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Cícero aposta mais no  climax do que nas canções em si. Com longas partes de arranjo e pouquíssimas letras caetânicas, difere-se do seu trabalho anterior, que tinha músicas com força individual que eram complementadas pela parte instrumental. Nesse, ocorre o inverso, ou seja, a parte instrumental se complementa pelas músicas. Mas, no geral, é um disco que você deve conferir, principalmente se for fã do artista ou do novo movimento MPBista. Avaliação: B+

Cícero - Canções de Apartamento (2011)

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Um álbum bom do início ao fim. Com algumas músicas excepcionais, se faz um clássico dessa "nova era" da MPB. Avaliação: A-