Fagner: Raimundo Fagner (1976)
Fagner inova cada vez mais. Com o álbum "Raimundo Fagner", de 1976, talvez tenha alcançado o ponto mais alto de sua carreira. Extremamente bem arranjado e com profundas letras na maior parte do tempo, é, com certeza, um marco da MPB, comparável aos álbuns da fase dourada de Chico.
Começando por um cover um tanto estranho de "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, logo cai na balada "Conflito", com versos como "se o pensamento foge dela, o coração a busca, aflito" e descreve o conflito entre a razão e a emoção de forma sublime. Parece com as músicas do Michael Sullivan e digo isso como um elogio.
A partir de "Asa Partida" começam as composições próprias do artista, em parceria com amigos. Continua com o mesmo clima da anterior, mas foca mais no tópico "saudade". Melancólica e linda, é daquelas músicas que dá vontade de ouvir no carro à noite, com a namorada do lado e dando uma volta pela cidade. Poucos artistas fazem esse tipo de música tão bem quanto Fagner.
Em "Pavor dos Paraísos", o autor faz um complexo jogo de palavras, chegando à beira do ininteligível. Continuando no gênero de baladas, faz-se uma música de destaque, com seu ritmo parecendo de um hino.
"Corda de Aço", um leve plágio melódico de "Como Nossos Pais", de Belchior, se faz bonita mais pelo clímax do que pela beleza da canção em si. A poesia é por vezes profunda e por vezes cheia de clichês. Mas, sim, é uma música que eu voltaria a ouvir, junto com outras mil já produzidas. No disco, pode ser até que se sobressaia um pouco.
Com a próxima música, "Calma, Violência", ele emociona mais uma vez o ouvinte e inova com sua poética. Se bem que não sei se a letra é dele, já que todas as canções do álbum são parcerias. Portanto, não dá para saber o que um fez e o que o outro fez.
"Natureza Noturna" é linda e simples. A partir desse ponto, pode parecer, para alguns ouvintes, que o álbum se torna repetitivo, usando demasiadamente a fórmula de "melodia bonitinha, letra enxutinha e arranjos bem feitinhos". Mas, para outros, pode ser um easy listening gostosinho, como no meu caso.
Em "Matinada", ele quebra a sequência quase interminável de baladas. Com bons solos de fole e violão, ela mistura estilos, sendo um tanto forró e um tanto MPB.
Não se engane com o nome da próxima canção, pois ela é muito bonita. "Sangue e Pudins" se faz uma das mais melancólicas do álbum, e fala sobre segredos e promessas.
"Além do Cansaço" parece ser uma continuação da música anterior. É só fazer um teste, se tiver o produto em LP: ponha, fechando os olhos, a agulha para frente diversas vezes em "Sangue e Pudins". Duvido que você saiba onde termina uma e começa outra. Elas têm o mesmo ritmo e instrumentos, apesar de terem melodias diferentes.
E o álbum fecha com uma canção boba, chamada "ABC", sendo o único erro do álbum. Com poesia mal feita e melodia pouco chamativa, é certamente a pior canção do disco. Mas é, querendo ou não, ela que fecha essa "obra-prima" de Fagner.
Começando por um cover um tanto estranho de "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, logo cai na balada "Conflito", com versos como "se o pensamento foge dela, o coração a busca, aflito" e descreve o conflito entre a razão e a emoção de forma sublime. Parece com as músicas do Michael Sullivan e digo isso como um elogio.
A partir de "Asa Partida" começam as composições próprias do artista, em parceria com amigos. Continua com o mesmo clima da anterior, mas foca mais no tópico "saudade". Melancólica e linda, é daquelas músicas que dá vontade de ouvir no carro à noite, com a namorada do lado e dando uma volta pela cidade. Poucos artistas fazem esse tipo de música tão bem quanto Fagner.
Em "Pavor dos Paraísos", o autor faz um complexo jogo de palavras, chegando à beira do ininteligível. Continuando no gênero de baladas, faz-se uma música de destaque, com seu ritmo parecendo de um hino.
"Corda de Aço", um leve plágio melódico de "Como Nossos Pais", de Belchior, se faz bonita mais pelo clímax do que pela beleza da canção em si. A poesia é por vezes profunda e por vezes cheia de clichês. Mas, sim, é uma música que eu voltaria a ouvir, junto com outras mil já produzidas. No disco, pode ser até que se sobressaia um pouco.
Com a próxima música, "Calma, Violência", ele emociona mais uma vez o ouvinte e inova com sua poética. Se bem que não sei se a letra é dele, já que todas as canções do álbum são parcerias. Portanto, não dá para saber o que um fez e o que o outro fez.
"Natureza Noturna" é linda e simples. A partir desse ponto, pode parecer, para alguns ouvintes, que o álbum se torna repetitivo, usando demasiadamente a fórmula de "melodia bonitinha, letra enxutinha e arranjos bem feitinhos". Mas, para outros, pode ser um easy listening gostosinho, como no meu caso.
Em "Matinada", ele quebra a sequência quase interminável de baladas. Com bons solos de fole e violão, ela mistura estilos, sendo um tanto forró e um tanto MPB.
Não se engane com o nome da próxima canção, pois ela é muito bonita. "Sangue e Pudins" se faz uma das mais melancólicas do álbum, e fala sobre segredos e promessas.
"Além do Cansaço" parece ser uma continuação da música anterior. É só fazer um teste, se tiver o produto em LP: ponha, fechando os olhos, a agulha para frente diversas vezes em "Sangue e Pudins". Duvido que você saiba onde termina uma e começa outra. Elas têm o mesmo ritmo e instrumentos, apesar de terem melodias diferentes.
E o álbum fecha com uma canção boba, chamada "ABC", sendo o único erro do álbum. Com poesia mal feita e melodia pouco chamativa, é certamente a pior canção do disco. Mas é, querendo ou não, ela que fecha essa "obra-prima" de Fagner.
- Avaliação: A
Sem dúvidas Fagner é um dos melhores de nossa música.
ResponderExcluirsou aluno de canto popular do Conservatório PE de Música e cantei Asa Partida como recital de fim de semestre no dia 9/04/2024. Quem tiver interesse pode ouvi-la e ver a minha interpretação acompanhada de violão, flauta e guitarra com alunos do curso técnico de música instrumental. Esse disco de Fagner é uma obra prima https://www.youtube.com/channel/UCAHPWhS7JYXwPDx0mloTe2A
ResponderExcluir