Gilberto Gil - Refazenda (1975)
O álbum de Gil de 1975 começa com "Ela", que inicia a maioria dos versos com essa palavra. Depois, revela que se trata da música o tema da canção. "Ela que me faz um navegador", repete o artista quatro vezes. "Tenho sede", composição de Dominguinhos e Anastácia, é muito bem cantada por Gil e a música, em si, é formidavel, basta ver quem a compõs.
Na faixa-título, "Refazenda", o baixo se faz bem presente. Já a letra, explora mais o jogo de palavras do que o sentido em si. "Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão" são alguns dos versos da canção. A próxima faixa, "Pai e Mãe", é melancólica e talvez seja boa para dormir. A letra emociona, falando dos acestrais do artista.
"Jeca Total", com a bateria bem presente, fala de um político. "Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / amanhecerá tomate e anoitecerá mamão", canta. Com arranjos básicos, tendo direito a um tropete e flautas, torna evidente o conceito minimalista do álbum.
"Essa É Pra Tocar no Rádio" é bem frenética, de acordo com a intenção do artista: Essa é pra vencer o tédio / Quando pintar / Essa é um santo remédio / Pro mau humor / Essa é pro chofer de táxi / Não cochilar / Essa é pro querido ouvinte / Do interior, diz a letra. Acho que se trata numa crítica dele ao poder do disk-joquey de popularizar as canções. Hoje temos a internet, mas naquele tempo, as músicas faziam sucesso por serem tocadas à exaustão em rádios. Muitas delas nem mereciam isso, enquanto outras, que não viraram hits pois não agradaram os DJs, mereciam terem feito sucesso.
"Ê, Povo, Ê" volta pro ritmo do álbum antes da faixa anterior, e pode cansar um pouco o artista, pela repetição de arranjos e a percussão parecida. Porém, adicionam-se backing vocals femininos na faixa. "Retiros Espirituais" é uma das músicas mais bonitas do álbum, perdendo apenas para "Lamento Sertanejo", a qual falaremos depois. Com ritmo leve e letra gostosa de se ouvir, bem Caetânica, ela produz um climax no ambiente, no bom sentido, e ainda parafraseia "Banho de Lua", dizendo "Luar tão Cândido".
"O Rouxinol", sua parceria com Jorge Mautner, se inicia com uma guitarrinha tímida e com letra um tanto esquisita: Joguei no céu o meu anzol / Pra pescar o sol / Mas tudo que eu pesquei / Foi um rouxinol / Foi um rouxinol. Então o cara lançou para cima o anzol, mirando no sol, e conseguiu pegar um pássaro? Só é possível em música mesmo isso acontecer.
E, enfim, chegamos à penúltima música do álbum e a mais cativante, a já citada "Lamento Sertanejo", uma parceria de Dominguinhos com Gil, expõe bem a situacão do nordestino, o fazendo uma homenagem. Fechando o disco, temos "Meditação", que é uma balada bem charmosa e que não acaba álbum dando uma quedinha na qualidade (assim como a canção final de Raimundo Fagner (1976) e Caetano Veloso (1969)). O seu único defeito talvez é ser muito pequena, tendo menos de um minuto. Dessa forma, acabamos a obra de Gil.
Na faixa-título, "Refazenda", o baixo se faz bem presente. Já a letra, explora mais o jogo de palavras do que o sentido em si. "Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão" são alguns dos versos da canção. A próxima faixa, "Pai e Mãe", é melancólica e talvez seja boa para dormir. A letra emociona, falando dos acestrais do artista.
Qualquer semelhança é mera coincidência |
"Jeca Total", com a bateria bem presente, fala de um político. "Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / amanhecerá tomate e anoitecerá mamão", canta. Com arranjos básicos, tendo direito a um tropete e flautas, torna evidente o conceito minimalista do álbum.
"Essa É Pra Tocar no Rádio" é bem frenética, de acordo com a intenção do artista: Essa é pra vencer o tédio / Quando pintar / Essa é um santo remédio / Pro mau humor / Essa é pro chofer de táxi / Não cochilar / Essa é pro querido ouvinte / Do interior, diz a letra. Acho que se trata numa crítica dele ao poder do disk-joquey de popularizar as canções. Hoje temos a internet, mas naquele tempo, as músicas faziam sucesso por serem tocadas à exaustão em rádios. Muitas delas nem mereciam isso, enquanto outras, que não viraram hits pois não agradaram os DJs, mereciam terem feito sucesso.
"Ê, Povo, Ê" volta pro ritmo do álbum antes da faixa anterior, e pode cansar um pouco o artista, pela repetição de arranjos e a percussão parecida. Porém, adicionam-se backing vocals femininos na faixa. "Retiros Espirituais" é uma das músicas mais bonitas do álbum, perdendo apenas para "Lamento Sertanejo", a qual falaremos depois. Com ritmo leve e letra gostosa de se ouvir, bem Caetânica, ela produz um climax no ambiente, no bom sentido, e ainda parafraseia "Banho de Lua", dizendo "Luar tão Cândido".
"O Rouxinol", sua parceria com Jorge Mautner, se inicia com uma guitarrinha tímida e com letra um tanto esquisita: Joguei no céu o meu anzol / Pra pescar o sol / Mas tudo que eu pesquei / Foi um rouxinol / Foi um rouxinol. Então o cara lançou para cima o anzol, mirando no sol, e conseguiu pegar um pássaro? Só é possível em música mesmo isso acontecer.
E, enfim, chegamos à penúltima música do álbum e a mais cativante, a já citada "Lamento Sertanejo", uma parceria de Dominguinhos com Gil, expõe bem a situacão do nordestino, o fazendo uma homenagem. Fechando o disco, temos "Meditação", que é uma balada bem charmosa e que não acaba álbum dando uma quedinha na qualidade (assim como a canção final de Raimundo Fagner (1976) e Caetano Veloso (1969)). O seu único defeito talvez é ser muito pequena, tendo menos de um minuto. Dessa forma, acabamos a obra de Gil.
- Avaliação: B+
Muito bom...Adoro esse disco <3
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