Elton John - Goodbye Yellow Brick Road (1973)
Entre os grandes artistas mundiais, há vários que atingem
uma fama por um tempo e que, depois, não conseguem manter. São poucos os que permanecem
firmes em questão de popularidade por algumas décadas. São mais raros ainda os
que viram mitos, lendas vivas. Nesse último grupo que citei, com certeza se
encontra Reginald Kenneth Dwight, mais conhecido como Elton John.
Elton conseguiu, durante a década de 1970, lançar álbuns
antológicos, nos quais fez melodias inspiradas que, juntando-se com as letras
de seu parceiro Bernie Taupin, viraram clássicos de fácil assimilação popular. “Your
Song”, “Rocket Man” e “Daniel” estão entre esses clássicos. Fez parcerias com nomes
de peso como John Lennon e lotou shows gigantescos na Inglaterra e Estados
Unidos.
Quanto aos álbuns, talvez o que tenha feito mais sucesso tenha
sido o duplo Goodbye Yellow Brick Road,
que contribuiu significativamente para provar a genialidade de Elton. Com sua
capa e título bem chamativos, conseguiu a proeza de vender trinta milhões de
cópias ao redor do mundo e entrar em várias listas e livros de melhores álbuns,
como o “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer”.
Elton, quando fez o álbum, já era um artista consagrado. Em
seu portfólio, já tinham álbuns como Elton
John, de 1970, Madman Across the
Water, de 1971, e Honky Château,
de 1972. Porém, Elton queria mais e não foi humilde na ambição do projeto.
Conseguiu fazer algo bem diferente do que tinha feito até então e agradar tanto
o público como a crítica (apesar de, na ocasião do lançamento, ter gerado
algumas críticas negativas).
Elton compôs a maioria das melodias do álbum em pouquíssimo tempo, enquanto estava hospedado no hotel Pink Flamingo, na Jamaica. Ele
pretendia gravar o álbum lá, mas uma soma de fatores (como a violenta tensão
política, devido à pobre situação econômica do país), o fizeram gravar no “Château
d'Hérouville”, na França. No início, o disco não era pra ser duplo, mas a
grande quantidade de canções obrigou o artista a mudar de ideia. Depois de um
intenso mês de trabalho, o álbum foi lançado em outubro de 1973.
O disco abre em grande estilo, com a antológica ”Funeral for
a Friend/Love Lies Bleeding”, que futuramente abriria os shows de Elton. A
primeira parte da música é instrumental e Elton a compôs pensando no tipo de
música que gostaria que fosse tocada em seu funeral. E, realmente, é um tanto
macabra. Já a segunda parte, é bem animada. No início, eram para ser canções
separadas, mas, já que a primeira termina e a segunda começa na mesma tonalidade (Lá
maior), surgiu a ideia de juntá-las.
A charmosa “Candle in the Wind”, feita para Marilyn Monroe, nos
obriga a dizer: o cara sabe emocionar seus ouvintes! Mais tarde, a música teria
sua letra alterada, para homenagear a saudosa princesa Diana. Bernie Taupin, em
uma entrevista, disse que a letra é sobre “a ideia de fama ou juventude sendo
interrompida no início da vida”.
“Bennie and the Jets” é animada, começando com um efeito de
plateia (apesar de a canção ter sido gravada em estúdio). Elton achava a música
bem estranha e não queria que ela fosse lançada como single. Apesar disso, a música é uma das preferidas do álbum para
os fãs de Elton, o que leva o artista a eventualmente tocá-la ao vivo.
A faixa-título é talvez a mais bonita música do álbum.
Melancólica, o conceito da “Estrada dos Tijolos Amarelos” veio do filme O Mágico de Oz, em que a personagem
Dorothy e seus amigos são instruídos a seguirem uma estrada à procura de um
mágico (esse filme foi um dos primeiros que Bernie Taupin assistiu). Seu estilo
musical e produção influenciaram muito o soft
rock dos anos 1970.
Pra fechar as músicas que estou destacando do álbum, temos “Saturday
Night's Alright for Fighting”, um glam
rock frenético e sua letra fala sobre uma noite de farra em uma cidade em
que o narrador quer ficar bem bêbado. Esse single
alcançou a posição número 7 na Inglaterra e a número 12 nos EUA.
Para concluir essa revisão, tenho a dizer que este é meu
álbum preferido do artista. Acho que nele, tanto o melodista quando o letrista
foram coerentes nas mensagens que quiseram passar e conseguiram alcançar um
resultado extremamente satisfatório. É, com certeza, um dos melhores álbuns dos
anos 70.
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