Postagens

Mostrando postagens de 2013

Chico Buarque - Paratodos (1993)

Imagem
O disco que levou Chico de volta às paradas de sucesso se inicia com a faixa-título, que mais parece uma canção de Luiz Gonzaga, um baião muito gostoso e de melodia grudante. Na letra, o compositor homenageia grades nomes da música brasileira, tal como Tom Jobim e Dorival Caymmi. "Choro Bandido" também se destaca nessa obra, dizendo "mesmo que os cantores sejam falsos como eu / serão bonitas, não importa, são bonitas às canções", talvez numa auto-crítica ao seu canto que, nesse disco, diga-se de passagem, está muito bom. "Tempo e Artista", talvez um pouco monótona, não se faz das melhores canções, mas, se você for fã do cantor, pode dar uma conferida nela. "De Volta Ao Samba", um clássico dessa nova fase de Chico, comemora a sua própria volta à música, depois de sua pausa para escrever o livro Estorvo , lançado em 1991. "Eu sei que fui um impostor, hipócrita, querendo renegar seu amor", pede desculpas ao samba. "Sobre Todas

Mallu Magalhães - Pitanga (2011)

Imagem
Quando eu conheci a Mallu, em 2008, ela era um fenômeno tosco de internet que tinha ido no Altas Horas e no Jô Soares, mostrando-se uma pessoa imatura e provocando vergonha alheia nos dois programas. Além disso, tinha uma canção chamada "Tchubaruba", que, apesar do seu título horrível, era até boazinha. Bom, o tempo passou e eu fui vendo a Mallu em várias publicações, começando o namoro com Marcelo Camelo e lançando discos. Foi então que, em 2012, eu me senti curioso quanto à sua produção musical e, no seu site, baixei Pitanga, ficando, em seguida, bastante impressionado com a qualidade de suas canções. Apesar de não serem perfeitas, tinham melodias excelentes e letras confessionais, entrando no íntimo de sua alma romântica. Mallu mudou e não só no seu jeito, mas também na sua música. Se antes tinha influências folk como Bob Dylan, agora explora o samba, tocando-o num ritmo de MPB. Sim, existem vários tipos de se tocar um mesmo estilo musical. Há o clássico (samba de ra

Os Paralamas do Sucesso - Selvagem? (1986)

Imagem
No cenário do rock nacional, 1986 foi um bom ano, tendo como lançamentos Dois [A-] , da Legião Urbana, Cabeça Dinossauro [A-] , dos Titãs e Vivendo e Não Aprendendo , do Ira!. Nessa linha, Selvagem?  entra bem, confirmando a estética reggae-rock da banda. Nele, a poética insinuante de Herbert Vianna se faz presente, assim como os belos arranjos de Liminha. "Alagados", a faixa de abertura, talvez seja até hoje a canção de mais sucesso da banda, junto com "Meu Erro". Vibrante, com riff maneiro e vocal potente, tinha de tudo para virar um hit, o que acabou se concretizando. "Teerã" acalma o clima, sendo boa e cativante, dizendo "por quanto tempo ainda vamos ver / fotografias pela manhã? / imagens de dor / lições do passado". A terceira faixa, "A novidade", pode não se destacar entre as do álbum, mas é, com certeza, uma boa música, feita em parceria com Gilberto Gil. Ela canta a desigualdade do mundo, que de um lado tem o carnaval e,

Chico Buarque - Chico Buarque (1989)

Imagem
A charmosa "Morro Dois Irmãos" inicia esse disco de Chico Buarque, não tão bem quanto "O Velho Francisco" inicia o álbum anterior, mas consegue ser interessante. Com "Trapaças", a segunda faixa, a obra se mantém num bom patamar. "Na Ilha de Lia", composta em parceria de Edu Lobo, é lenta e charmosinha, mas não tão boa. A introdução de "Baticum" lembra a de "Alagados", dos Paralamas do Sucesso. Nos seus versos, aparecem "Bia falou: ah, claro que eu vou / Clara ficou até o sol raiar / Dadá também saracoteou". A canção é animada e tocada num ritmo rápido. Ela foi composta em parceria com Gilberto Gil. "Permuta dos Santos", novamente feita com Edu Lobo, é um tanto divertida e tem uma parte cantada em coro. E, enfim, chegamos à canção mais conhecida do álbum, "O Futebol", que diz "para estufar esse filó / como eu sonhei só se eu fosse o Rei / para tirar efeito igual ao jogador". O can

Chico Buarque - Francisco (1987)

Imagem
"Hoje é dia de visita / vem aí meu grande amor / ela vem toda de brinco, vem todo domingo, tem cheiro de flor" canta Chico na primeira canção do álbum, "O Velho Francisco", que conta a história de um ex-escravo. Nesse disco, o autor faz literatura em música, sendo esse o maior atrativo da obra, que nos mostra um compositor mais maduro e cuidadoso. "As Minhas Meninas" tem arranjos que nos remetem a Tom Jobim. Na melodia, parece-se com aquelas canções secundárias de seus primeiros discos, só que com letras melhores. "As minhas meninas pra onde é que elas vão se já saem sozinhas?", indaga o compositor. No jogo de palavras, repete-se muito a letra "m", numa poesia um tanto caetânica. "Uma Menina" talvez ficasse mais interessante se fosse tocada em um ritmo mais rápido e com arranjos inovadores, mas mesmo assim, é uma canção a se conferir. Ah, uma curiosidade dessa obra é que ela tem três capas, dessa forma, coloquei a que ac

Chico Buarque - Chico Buarque (1984)

Imagem
Depois do projeto O Grande Circo Místico , Chico se concentra no seu novo álbum e, mais uma vez, o nomeia com seu próprio nome (esse ato era comum no Brasil antigamente). A primeira canção é excelente, "Pelas Tabelas", que contém os versos "ando com minha cabeça já pelas tabelas / Claro que ninguém se toca com minha aflição". Os versos são intermináveis e sempre se juntam com o posterior, na qual é, talvez, a melhor canção do álbum. "Brejo da Cruz", criativa e cativante, mantém a boa qualidade da obra. O canto do artista parece ecoar, num efeito bem bolado pelo produtor do disco. A letra, um lamento acerca da pobreza humana, contando a história de meninos azuis de fome que, literalmente, se "alimentam" de luz. Em parceria com Dominguinhos, "Tantas Palavras" se faz presente, dando um clima mais leve e lento ao álbum. É bonita e muito bem arranjada, com uma sanfona (talvez do co-autor) e piano marcante. A interessante "Mano a M

Pensamento

Imagem
Robert Christgau, um dos mais respeitados críticos de rock Eu não acho que a minha opinião seja superior a de qualquer pessoa, ideia que costumam ter de críticos em geral, de que supostamente nos achamos "os tais" e que nos valorizamos. Isso é falso e, te garanto, quem se acha mais importante do que o outro está muito equivocado. Eu e a maioria dos meus colegas apenas gostamos de expor nossos pensamentos e participarmos de discussões com gente que discorda ou concorda conosco. Acho que todos nós deveríamos fazer isso publicamente e não apenas com nossos amigos. Sim, pois, com os mais próximos, todo mundo faz isso, basta ver as discussões numa roda de conversa, onde cada um expõe seus pensamentos sobre religião, política e esportes em geral. Acho, também, que a maioria das pessoas não tem tempo para gastar ouvindo discos e nem estudando sobre os artistas. Então, elas se pegam a nós, indivíduos que já viram muito daqueles tópicos e têm condições de os dizer quais bandas

Legião Urbana - As Quatro Estações (1989)

Imagem
Esse é o primeiro álbum do que considero as obras mais bem feitas da Legião: As Quatro Estações , V e O Descobrimento do Brasil . Datado de 1989, foi o primeiro disco sem a participação do baixista Renato Rocha (que hoje em dia é morador de rua). Seja por fatores monetários ou de afinidade, agora a banda era composta por três músicos: Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, transformando-se talvez no trio mais reconhecido do país. Para início de conversa, o compositor principal estava mais maduro e realmente disposto a lançar álbuns bem trabalhados e cada vez melhores. Se o disco de estreia e Dois dividem músicas excelentes com outras sem sal e Que País É Esse conta com regravações da época do Aborto Elétrico, As Quatro Estações é feito por canções de letras memoráveis e melodias únicas. Começando com "Há Tempos", um rock belo e com letra que faz jus à genialidade de Renato. Dela, destaco esse trecho: Disseste que se tua voz Tivesse força igual À imensa

The Jam - In The City (1977)

Imagem
Lançado em 1977 pela banda The Jam, sendo seu álbum de estreia, entra bem no cenário punk da década. Sendo extremamente bem cantado por Paul Weller e tendo ritmo marcante da primeira à última canção, se faz uma obra para se recordar, principalmente se você curte esse tipo de música. Começando pela frenética "Art School", que passa rebeldia por todos os lados, algo característico do movimento do qual a banda faz parte. Como segunda faixa, "I´ve Changed My Address", que se mostra eficiente em manter o ritmo rápido da obra, tem a guitarra mais presente e uma potente batida de bateria. Mas, sinceramente, em termos de qualidade artística, os rapazes ainda pareciam muito imaturos e seu som parecia sujo e sem requintes. "Slow Down", música de Larry Williams, sendo um blues-rock dos anos 50 (no estilo de Elvis e Little Richard), mas tocado em ritmo punk, a banda sobe um pouco seu conceito. O vocal agressivo de Paul Eller se faz como um dos fatores que fazem

Chico Buarque

Imagem
Francisco Buarque de Hollanda é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. A sua profunda inspiração melódica (que encontra quase sempre um encaixe perfeito com suas elaboradas letras), o fez ter uma carreira exitosa por quase seis décadas. Primeiros anos (1944 a 1965) Nascido no Rio de Janeiro e criado em São Paulo, Chico teve desde criança uma grande influência de Noel Rosa, Pixinguinha e, mais tarde, João Gilberto. Sua primeira composição, "Luz dos Olhos" (de 1959), já mostrava nuances de sua genialidade. Mas foi somente com "Marcha para um Dia de Sol", de 1964, que Chico descobriu o seu estilo característico.    O Chico dos primeiros sambas (1966 a 1969) De "Tem Mais Samba" (canção considerada pelo próprio artista como o "marco zero" de sua obra) ao seu disco em italiano, Chico era um árduo compositor que, por ocasião, se tornou também intérprete. Durante o Festival Record da Canção de 1966,

As modinhas da música pop

Imagem
Quem não conhece aquelas músicas basiquinhas, de melodia retrô e que nos remetem talvez à nossa velha infância? Os artistas sempre lançam algumas delas ao longo de sua carreira, e aqui listo uma parte. Chico Buarque - A Banda Cat Stevens - Moonshadow Bob Dylan - Winterlude Ronnie Von - A Praça Roberto Carlos - Olha / Oh, Meu Imenso Amor Paul McCartney - Calico Skies Christophe - Les Marionettes Beatles - Love Me Do / Ob-La-Di, Ob-La-Da / Piggies

Gilberto Gil - Refazenda (1975)

Imagem
O álbum de Gil de 1975 começa com "Ela", que inicia a maioria dos versos com essa palavra. Depois, revela que se trata da música o tema da canção. "Ela que me faz um navegador", repete o artista quatro vezes. "Tenho sede", composição de Dominguinhos e Anastácia, é muito bem cantada por Gil e a música, em si, é formidavel, basta ver quem a compõs. Na faixa-título, "Refazenda", o baixo se faz bem presente. Já a letra, explora mais o jogo de palavras do que o sentido em si. " Enquanto o tempo não trouxer teu abacate /  Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão" são alguns dos versos da canção. A próxima faixa, "Pai e Mãe", é melancólica e talvez seja boa para dormir. A letra emociona, falando dos acestrais do artista.  Qualquer semelhança é mera coincidência "Jeca Total", com a bateria bem presente, fala de um político. " Enquanto o tempo não trouxer teu abacate / a manhecerá tomate e anoitecerá m

Secos & Molhados - Secos & Molhados (1973)

Imagem
Magistral. Essa é a palavra que melhor define este trabalho extremamente bem feito, que reúne poética afiada e melodias potentes. A voz de Ney Matogrosso interpretando as músicas de João Ricardo é uma coisa do outro mundo e consegue manter a qualidade artística do início ao fim. Abrindo a obra temos " Sangue Latino ", que logo demonstra a qualidade e também estranha (à primeira vista) voz feminina do cantor. O violão se faz presente e se mistura a arranjos bem elaborados. " O Vira " é um clichê de tão conhecida que é. Mas, mesmo já muito batida, tem sua beleza. A satírica " O Patrão Nosso de Cada Dia " começa dizendo "eu quero o amor da flor de cactos, ela não quis" e se encerra com "patrão nosso de cada dia, dia após dia". A próxima faixa, " Amor ", faz do jogo de palavras a sua real beleza. Com " Primavera nos Dentes ", de sua maioria instrumental, os artistas apostam mais na "atmosfera" do que

Barão Vermelho - Barão Vermelho (1982)

Imagem
Nota: depois, quando tiver tempo, farei uma nova revisão desse artigo. A maioria das músicas desse álbum são parecidas mas, quando são diferentes, são excepcionais, assim como " Todo Amor Que Houver Nessa Vida " e " Por Aí ". No finalzinho, sai do rock para entrar na MPB com " Bilhetinho Azul ", num momento ímpar. Apesar desses detalhes especiais, o disco em si não merece ser ouvido todo, apenas partes dele. Avaliação: B P.S.: A voz potente de Cazuza o torna ainda mais bonito. Talvez, sem ela, muitas das canções dessa fase inicial do Barão ficariam desconhecidas.

Titãs - Cabeça Dinossauro (1986)

Imagem
O lado A desse álbum clássico é composto por rocks pesados, o que pode talvez cansar o ouvinte, mas, no geral, é uma excelente obra. Começando com a faixa-título eletrizante, passando por " Igreja ", de Nando Reis e a épica " Polícia ". O lado B, para mim o melhor, contém as atemporais " Bichos Escrotos ", " Família ", " Homem Primata " e " O Que ", que fecha de forma magistral o disco, com o refrão: "não é o que não pode ser que não, é o que não pode ser que não, é o que não pode ser que não é". Avaliação: A-

Engenheiros do Hawaii - Longe Demais das Capitais (1986)

Imagem
Intenso, vibrante e, acima de tudo, "paralâmico", o som inicial do Engenheiros do Hawaii parece muito mais com a banda de Herbert Vianna do que com outra coisa. Sendo esse o álbum de estreia da banda, tem músicas bem inspiradas com arranjos parecidos e letras básicas. Avaliação:  B+

Game of Thrones

Imagem
Eddard Stark: um dos personagens principais da série Uma das minhas melhores descobertas dos últimos tempos foi Game of Thrones. Provavelmente vocês já devem ter ouvido falar disso e sabem que é uma série que se passa na Idade Média e foi criada por aquele barbudo e tal. Essas informações procedem, só que é bem mais complexo do que isso. Quando comecei a assistir, há mais ou menos dois meses, percebi que se tratava de algo realmente muito grande. A prova disso é que você se perde logo nos dez primeiros episódios. Aí, o telespectador tem que fazer uma pausa e pesquisar sobre os personagens, para entender quem é de cada família e o que o faz ter amizade por alguns e desprezo por outros.  Tyrion Lannister: o meu preferido Os personagens principais mudam muito no decorrer da série. O básico que você precisa saber é que existem cinco famílias importantes: os Stark, os Lannister, os Baratheon, os Thargaryen e os Tully. Os Thargaryen foram depostos do trono por Robert Baratheon,

Legião Urbana - O Descobrimento do Brasil (1993)

Imagem
Em 1993, a Legião tinha como último álbum o V e a responsabilidade de manter a qualidade artística. Renato, com o diagnóstico da Aids, estava melancólico e bebendo muito. Para nossa surpresa, o disco lançado nessa fase foi talvez o mais "pra cima" da banda. Começando por "Vinte e Nove" que fala sobre a internação do líder da banda. "Perdi vinte em vinte e nove amizades", diz o verso de abertura. Os arranjos se fazem harmônicos com a canção e a tornam mais leve. Em "A Fonte", que começa com um órgão a là animes japoneses, continua com a temática "sweet" do álbum. Pode-se ouvir também o barulho de walk-talkies durante a execução da faixa. A terceira música, "Do Espírito", inicia um clima tenso com as notas pesadas de guitarra. "Sai de mim, eu não quero mais saber de você", diz um dos versos. A bateria de Bonfá também se faz muito presente e intensa nessa faixa. A canção que segue, "Perfeição", é um rap

Caetano Veloso - Caetano Veloso (1969)

Imagem
A música livre de Caetano foi se maturando desde o seu primeiro disco até que, em 1969, alcançou uma forma própria, que duraria até Transa , de 1972. A capa, simples e contendo apenas a assinatura do cantor, se faz um dos mais bonitos de sua carreira. "Irene", a faixa de abertura, é linda e um tanto engraçada pelo modo como os versos se põem. "Quero ver Irene dar sua risada" é a frase que nela se repete e, aqui, vemos a diferença poética de Chico para Caetano. Enquanto um se apega a estrutura e letra extremamente bem feita, o outro vai por um caminho diferente, que é o caminho de Milton e Gil, colocando versos que, mesmo que não façam muito sentido, mas que são sonoros e musicalmente bonitos. "The Empty Boat" é uma canção entediante e de climax . O inglês de Caetano é muito bom e isso o faz compor tanto na língua de Camões quanto na de Shakespeare. "Marinheiro Só" é uma música tradicional da Bahia que o cantor interpreta magistralmente, jun

The Rolling Stones: Between the Buttons (1967)

Imagem
Para início de conversa, eu devo dizer que este review é da versão americana (e melhor) do álbum. Agora, voltando um pouco no tempo para 1967, sem dúvidas percebemos que não é um ano comum. Nele, os Beatles lançaram Sgt. Pepper e Magical Mystery Tour , os Kinks lançaram Something Else e, finalmente, os Stones aparecem com Between the Buttons . A obra, talvez a melhor até a data feita pelos Stones, é muito boa e cada faixa tem sua beleza própria. Começando pela frenética "Let´s Spend the Night Together", a primeira faixa já evidencia a qualidade do resto do disco. Mais adiante, em "Yesterday´s Papers", talvez tenha uma poesia muito simples, com versos como "who wants yesterday´s papers? Nobody in the world". É claro que ninguém quer os jornais de ontem. Apesar disso, a melodia é bem agradável. A terceira música, "Ruby Tuesday", é uma tentativa clara de copiar os Beatles, tanto no ritmo quanto nos complexos arranjos. Extremamente bem execut

Van Morrison: Astral Weeks (1968)

Imagem
Esse é "o álbum do climax ". Eu, geralmente, venho criticando discos desse tipo. Porém, em alguns, é quase impossível fazer isso. É o caso deste aqui, que é ma-ra-vi-lho-so em cada arranjo ou palavra dita pelo artista. Meu Deus, ainda custo a acreditar que ele foi lançado. As melodias, harmônicas, fazem alguns álbuns dos Beatles parecerem de segunda categoria. O lado A é denominado "In The Beggining" e é composto por músicas não agitadas, mas intensas. Tudo nelas reflete uma paz celestial, na qual você pode ouvir no seu carro, passeando por aí. Começando por "Astral Weeks", uma balada que indica o que vem no resto do álbum inteiro: clímax . Todas as músicas que seguem parecem se integrar entre si e o canto de Morrison por vezes parece uma oração. Com "Beside You", os arranjos continuam magistrais, com flautas e violinos em uma sintonia perfeita. "Sweet Thing" também é bastante harmônica e tem sua letra muito profunda, com versos

Fagner: Raimundo Fagner (1976)

Imagem
Fagner inova cada vez mais. Com o álbum "Raimundo Fagner", de 1976, talvez tenha alcançado o ponto mais alto de sua carreira. Extremamente bem arranjado e com profundas letras na maior parte do tempo, é, com certeza, um marco da MPB, comparável aos álbuns da fase dourada de Chico. Começando por um cover um tanto estranho de "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola, logo cai na balada "Conflito", com versos como "se o pensamento foge dela, o coração a busca, aflito" e descreve o conflito entre a razão e a emoção de forma sublime. Parece com as músicas do Michael Sullivan e digo isso como um elogio. A partir de "Asa Partida" começam as composições próprias do artista, em parceria com amigos. Continua com o mesmo clima da anterior, mas foca mais no tópico "saudade". Melancólica e linda, é daquelas músicas que dá vontade de ouvir no carro à noite, com a namorada do lado e dando uma volta pela cidade. Poucos artistas fazem esse