Maroon 5 - Songs About Jane (2002)


Ah, o rock internacional do início dos anos 2000... Um período entre o britpop dos anos 90 e o início da decadência do rock nas paradas de sucesso. Naquela época, bandas como Maroon 5 e Coldplay ainda conseguiam emplacar hits com o tipo de som encontrado em Parachutes, A Rush of Blood to the Head e o disco dessa review. Bons tempos, amigo leitor...

Apesar de ter um estilo mais voltado pro pop rock se comparado ao som um tanto indie feito na época pelos amigos do Coldplay, as duas bandas tinham uma coisa em comum: foram talvez da última geração que conseguiu emplacar sucessos fazendo ROCK. Sim, rock, sem terem que mudar o estilo (o que começaram a fazer um tempo atrás) para se manterem nas paradas de sucesso. O Coldplay de Parachutes não lembra em nada o de A Head Full of Dreams. O Maroon 5 de músicas como "Sunday Morning" e "This Love" não lembra em nada o de "Moves Like Jagger" e "Sugar".

Agora, depois desse "desabafo", vou contar a história da minha relação com esse disco. Eram idos de 2007 quando meu pai se apaixonou por uma moça chamada Juliana. Morena, muito bonita e simpática, ela tinha um gosto musical bem apurado. Uma das bandas favoritas dela era o Maroon 5, junto de Beatles e artistas como Cazuza. Então, no carro do meu pai, passamos a ouvi-los.

Um dos álbuns que a Juliana tinha e cultuava muito era o Songs About Jane. Meus ouvidos ouviram repetidas vezes "She Will Be Loved", "Sunday Morning" e "This Love". Mas, por incrível que pareça, não enjoei do som da banda, apesar da exposição excessiva. Até os dias de hoje, esse disco ainda representa muito pra mim, como o registro de uma época, de tempos em que as coisas eram diferentes (os anos 2000).

Agora, vamos para as cinco canções principais desse clássico (na minha opinião). O álbum abre com a pesadinha "Harder to Breathe". Já nessa altura da audição, dá pra perceber que a banda tem um vocalista excepcional. Sim, pessoal, o timbre do Adam Levine é bem privilegiado e consegue se inserir muito bem nesse tipo de som. Tem afinação perfeita e acaba soando muito bem. A música fez sucesso nas rádios.

A segunda música do álbum é "This Love", sendo uma das minhas preferidas. Refrão forte, bem produzida e com uma atmosfera bem bacana. A letra não é muito complexa, simplesmente é a mulher deixando o cara e ele dizendo que teve seus defeitos, que tentou, mas ela era difícil de se satisfazer, e que vai agir para reconquista-la. É uma letra um tanto sexual.

A clássica "She Will Be Loved" fala de uma menina de dezoito anos que estava tendo uns problemas emocionais e um outro cara que estava sempre lá para ajuda-la. O eu-lírico tem um romance com ela, mas ela pertencia ao outro cara, e o rapaz não se importa em se humilhar por ela, pois quer o seu amor. Apesar de usar palavras simples, a letra é bem profunda.

"Tangled" tem, apesar dos arranjos modernos, uma melodia um tanto beatle (bem na fase de Rubber Soul). Não fez sucesso algum na época, mas pra mim é digna de muito destaque. Aliás, é uma das quais mais me identifico em termos melódicos do álbum, principalmente a subida de tom em "yeah, yeah, yeah, yeah". Em português, seu título quer dizer "emaranhado".

"Sunday Morning" faz um excelente uso do piano para criar um clima agradável. É aquelas músicas que, como o próprio título sugere, são pra se ouvir domingo de manhã. Destaco o final dela, que tem o Adam alcançando altas notas vocais, que entram muito bem na melodia.

E, assim, termino o review desse disco que, até hoje, significa muito pra mim. É, sem dúvidas, um clássico dos anos 2000 que deveria ser bem mais reverenciado do que é atualmente. Fez um grande sucesso quando foi lançado, mas hoje em dia não o vejo muito em listas de melhores discos. É uma pena isso.

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