Tipos de humor

Durma em paz, Chico
Morreu ontem, aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Conhecido no Brasil de forma regional desde a década de 60 e nacionalmente desde a de 70, Chico foi um gênio que inovou o velho humor brasileiro. Criando diversas personagens, perpetuou-se como um dos grandes nomes da televisão há quatro décadas, com seu programa "Chico City". Conto aqui pra vocês de onde se origina minha tão forte admiração por ele.

Primeiro, ele faz um tipo de humor que considero louvável, que é o humor que leva a crítica, mas não o desrespeito. É um humor que mantém a graça, mas sem partir pra imoralidade ou o palavriado chulo. Diferente de humoristas como Rafinha Bastos (a quem somente tenho desprezo), Chico consegue ser engraçado sem ofender a ninguém. É esse o tipo de humor interessante de se ver.

Recentemente, Rafinha Bastos voltou à televisão. Não no programa CQC, mas agora numa atração própria, no canal RedeTV (que enfrenta dificuldades financeiras, diga-se de passagem). A minha opinião é que esse rapaz não tem a mínima condição de fazer um programa. No meu pensamento, deveria ter sido considerado culpado em todas as acusações de ofensas que foram abertas contra ele até hoje. Simplesmente porque ele não muda. Ele acha que o humor tem que perder a qualidade - pra ganhar o público. Só que, no caso dele, "ganhar" foi "perder".

Contratação de Rafinha Bastos é um erro
Polêmico por natureza, Rafinha acha que tem que atirar pra todos os lados pra se fazer famoso. O Lobão faz isso, só que com uma diferença - ele realmente é sincero. Bastos não, tudo aquilo é uma personagem que ele criou. É impossível alguém ser tão amargo. Estou com a Hebe Camargo, que disse em entrevista a Roberto Justus que considera um erro a ida desse rapaz à RedeTV. Considero mais do que isso, pois a ida dele demonstra que esse canal está fazendo de tudo pra ter audiência, até contratando alguém sem ética e nem profissionalismo.

Em uma recente confusão com Bruno Mazzeo, o qual criticou o comediante Felipe Hamachi por ter chamado uma pessoa na plateia de macaco, Rafinha simplesmente respondeu sua crítica dessa forma no Facebook: "acerte, erre, mas não seja Bruno Mazzeo, digo, bundão". Pra quem tiver a oportunidade de debater com esse rapaz, espero que diga que ser "bundão" não é sinônimo de ser ético, de fazer humor sem recorrer a mecanismos apelativos de atrair o público. Os grandes humoristas são os que conseguem fazer rir sem perderem seu profissionalismo.

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