Coldplay - Parachutes (2000)



Formada em 1996, a banda britânica Coldplay atingiu sucesso mundial com seu primeiro disco, Parachutes. Canções como “Don’t Panic” e “Yellow” foram marcantes no rock alternativo do início dos anos 2000. Alguns chamam essa fase de “pós-britpop”, uma categoria que abrigaria também bandas como Feeder, Stereophonics e Travis, que se tornaram populares depois do declínio do britpop original, de bandas como Oasis.

A primeira fase do grupo, para mim, é a mais interessante, apesar de músicas tardias como “Paradise” e “Magic” também me agradarem. Nesses primeiros discos, há um cheirinho de indie, uma coisa mais sincera e original. Muitos dizem que, depois, a banda se comercializou demais (o que aconteceu com o Maroon 5 também), mas eu acho que cada fase do grupo tem a sua importância.

Eles já tinham lançado dois EPs, chamados “Safety” (de 1998), e “The Blue Room” (de 1999), antes de lançarem esse primeiro disco. A gravação de Parachutes aconteceu entre setembro de 1999 e maio de 2000. A produção ficou por conta de Chris Allison (produtor de bandas como The Beta Band e Shack) e Ken Nelson (que ganhou fama depois de produzir esse e também os álbuns A Rush of Blood to the Head e X&Y). Quase todas as faixas foram gravadas no estúdio “Parr Street”, em Liverpool.

A faixa de abertura, “Don’t Panic”, diz que “nós vivemos num mundo bonito”. Assim como “No Surprises”, do Radiohead, não sabemos se a música é animada ou triste, permanecendo num limbo entre essas duas categorias. A primeira versão da música (com diferente melodia e letra), foi descartada e totalmente reformulada para o álbum. Na época, era uma das preferidas do público nos shows da banda, fazendo com que fosse uma escolha obrigatória no repertório dessa fase.

“Shiver” lembra um tanto Bob Dylan na primeira parte da melodia. Depois, envereda para uma interessante harmonia, lembrando um tanto Radiohead (que já citei aqui). A voz de Chris começa a se mostrar de bastante qualidade, alcançando uns agudos de arrepiar. Aliás, a voz dele é um dos tantos atrativos da banda, já que foi a primeira coisa a impressionar o produtor Ken Nelson.

A mais famosa canção do disco é a linda “Yellow”, que se tornou um sucesso mundial instantâneo. Tranquila, açucarada (no bom sentido), e, principalmente, excelente, tanto na letra, como na melodia. O clipe da música mostra Chris andando numa praia e cantando a canção, tendo também se tornado popular entre os clipes da época. Até os dias de hoje, continua sendo um dos principais temas da banda.

“Trouble” começa com um piano que toca a alma. A melodia melancólica nos faz refletir, tipo músicas como “Bitter Sweet Symphony”, do The Verve, e “Here Without You”, do 3 Doors Down. Sua letra diz “Oh não, eu vejo / Uma teia de aranha está emaranhada comigo”. Com essa quarta música que destaquei, o ouvinte já pode dizer: “que álbum massa!”. E, realmente, o disco consegue manter a qualidade em cada faixa.

Então, para finalizar, tenho a dizer que Parachutes é uma viagem sonora muito boa. Se você gosta de rock alternativo, ouça esse disco. Se pudesse indicar um álbum para alguém que quer conhecer o Coldplay, eu indicaria esse, apesar do sucessor A Rush of Blood to the Head ficar bem próximo em questão de qualidade. A banda deu tudo nesse trabalho e os produtores também.

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